ando cansada. cansada de correr de um lado para o outro. cansada de ouvir e não conseguir falar. cansada de participar em tudo, mas não ganhar nada. cansada de me tornar o que era há uns anos atrás, mas sem a idade (e aparentemente sem o juízo) de há anos atrás.
sinto-me cansada de dormir. por isso não durmo. sinto-me cansada de estar, mas continuo a estar, a fazer, a ser. não há descanso dos justos quando os justos sofrem de insónias.
e o trabalho sabe-me a pouco. e sinto-me pouco.
mal paro em casa nos últimos tempos. mal saio para um café, um jantar, um social. mal vejo as pessoas e, quando as vejo, é como se já não as conhecesse. ou mal falamos, ou mal estamos, ou mal olhamos.
falta-me qualquer coisa. umas férias que não tenho, nem vou ter nunca. falta-me o tempo para as ter. falta-me a vontade para sair da rotina. que no fundo nem sequer é rotina. é um estar que não se está. um outro paradoxo qualquer. uma outra indecisão.
ando cansada. sinto-me cansada. e deixo de andar. deixo de sentir.
ainda não decidi se isso é melhor ou pior..
amanhã, igual.
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