segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Opinião: O Filho de Odin - As Guerras de Midgar, de João Zuzarte Reis Piedade


Editora: Gailivro
ISBN: 9789895575565
Formato: Capa Mole
Núm. páginas: 408
Géneros: não faço ideia!!

Sinopse:
Numa Europa em guerra, ele é o último guerreiro de uma mítica linhagem de heróis. Neto do lendário Jonathan Strongheart, carrega ainda a honra da família e bate-se com as armas que o seu avô usou contra Drácula. Ele é James Strongheart e os seus inimigos conhecem-no como uma temível máquina de guerra.
Possuído por Dahaka, o espírito maligno que lhe confere um incrível poder - mas pelo qual paga um preço terrível - , James tem de encontrar o seu próprio caminho...
Com uma escrita hábil, compulsiva, que valoriza o essencial da narrativa, João Piedade constrói o seu universo ficcional como se de um jogo de PSP literário se tratasse.
E dá o controlo ao leitor. Play the book! é a mensagem. As palavras são os comandos, as letras são os "combos", cada página é um ecrã. A história avança por níveis. Insert coin to next chapter...

Opinião:
Santa paciência!! Se há livros maus, este livro bate bem o fundo do poço. Não há história, não há linha condutora nem sequência lógica. Saltamos pedaços e estamos noutra coisa completamente diferente. Respeito imenso o trabalho de outros que, como eu (!), tentam trazer cá para fora, para serem vistos e lidos. Este "autor" teve sorte, e viu o seu trabalho publicado. Mas agora eu imagino: se isto é publicado, ou o meu trabalho é mesmo muito mau ou então anda tudo louco! Se o sonho de Reis Piedade é fazer um filme ou um jogo, POR FAVOR, que faça um filme ou um jogo! não se ponha a inventar que escreve livros que não são livros!
Doeu-me muito conseguir ler este livro, é verdade. Volto a repetir, respeito muito a coragem e tudo mais. E também sei que o comprei porque quis. E ajudei assim a aumentar as vendas (e a "vontade de escrever mais"). Mas achei - a sério que sim - que este seria mais um Filipe Faria (com um primeiro livro bastante mau e onde vi em todas as páginas o Tolkien a falar mais alto... mas que se veio a mostrar um bom escritor, com uma boa história que tenho pena de ver acabar agora que vou começar a ler o Oblívio, das Crónicas de Allaryia) ou uma Sandra Carvalho (novamente a começar mal - com doses maciças de Julliet Marillier no primeiro E segundo livros, mas que também soube crescer e criar o seu próprio mundo na Saga das Pedras Mágicas). Mas João Zuzarte Reis Piedade (credo..!) mostrou-se novamente uma desilusão.
Depois de um primeiro livro francamente mau, o segundo consegue ser ligeiramente pior.
Não quero por isto deitar abaixo os sonhos do autor, muito pelo contrário. Simplesmente este não é um livro que eu aconselho. Não é um livro que recomendo. Não foi um livro de que gostei. Mas há de certo por aí muita gente que gosta - há gente para tudo. Eu não. Agora, por favor deixa em paz o James Strongheart e os seus demónios interiores e toda essa confusão que, no fim, "não tem sumo nenhum". Segue o sonho e vai para o cinema. Ou para os videojogos. E boa sorte nisso.

1/10

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