quarta-feira, 14 de março de 2012

sem lágrimas

Hoje fui a um funeral. chorei sem lágrimas. só com os olhos e a mente. fiquei vermelha, envergonhada, triste. não queria dar parte de fraca ali, junto àqueles outros todos que o ouviram, que o conheceram tão melhor, que estiveram e viveram com ele de perto. e eu não. só de fugida, de esguelha. dói não ter falado, conversado, escutado, aprendido, com esse grande senhor. por isso o choro sem lágrimas. a tristeza absurda. a paixão partilhada no éter na nossa rádio.
agora ouço o que eles dizem, o que eles contam, o que eles recordam. aqueles que te ouviram, conheceram, que estiveram e viveram contigo de perto. e é como se eu também lá estivesse estado.
fui a um funeral hoje. e foi um funeral bonito. "sem padres nem missas" tal como querias. "com música e gatos e a rádio". e risos no meio das lágrimas.
e a malta sentada no sofá, a beber umas minis e a lembrar-se de ti.



(leram isto no funeral, oh Braga. Gostei e acho que também devias gostar)

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