segunda-feira, 31 de maio de 2010

blog morto (outra vez)?

passo por aqui de vez em quando, quando me lembro, quando não há mais para onde ir. e apetece-me mas desanima-me olhar e ver que ainda falta tanto, que não tive vontade de escrever antes, deixa-me sem vontade de escrever agora.
e quando não há mais para onde ir, desanima-me ver que também não é aqui que quero estar.
parece que não vale a pena. se calhar é porque este também já morreu. o blog claro.
não sei... logo se verá...

quarta-feira, 19 de maio de 2010

este Portugal também é o meu...

Esta é a ditosa pátria minha amada. Não.
Nem é ditosa, porque o não merece.
Nem minha amada, porque é só madrasta.
Nem pátria minha, porque eu não mereço
A pouca sorte de nascido nela.


Nada me prende ou liga a uma baixeza tanta
quanto esse arroto de passadas glórias.
Amigos meus mais caros tenho nela,
saudosamente nela, mas amigos são
por serem meus amigos, e mais nada.


Torpe dejecto de romano império;
babugem de invasões; salsugem porca
de esgoto atlântico; irrisória face
de lama, de cobiça, e de vileza,
de mesquinhez, de fatua ignorância;
terra de escravos, cu pró ar ouvindo
ranger no nevoeiro a nau do Encoberto;
terra de funcionários e de prostitutas,
devotos todos do milagre, castos
nas horas vagas de doença oculta;
terra de heróis a peso de ouro e sangue,
e santos com balcão de secos e molhados
no fundo da virtude; terra triste
à luz do sol calada, arrebicada, pulha,
cheia de afáveis para os estrangeiros
que deixam moedas e transportam pulgas,
oh pulgas lusitanas, pela Europa;
terra de monumentos em que o povo
assina a merda o seu anonimato;
terra-museu em que se vive ainda,
com porcos pela rua, em casas celtiberas;
terra de poetas tão sentimentais
que o cheiro de um sovaco os põe em transe;
terra de pedras esburgadas, secas
como esses sentimentos de oito séculos
de roubos e patrões, barões ou condes;
ó terra de ninguém, ninguém, ninguém:
eu te pertenço. És cabra, és badalhoca,
és mais que cachorra pelo cio,
és peste e fome e guerra e dor de coração.
Eu te pertenço mas seres minha, não.


Portugal, Jorge de Sena

Se não são meus amigos, tenho de deixar de os tratar como tal, e tenho de deixar de agir como se fossem.


...há coisas que só se aprendem depois.. mas de consciência tranquila, porque pelo menos, aprendem-se.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

in the end we are all alone





or not as alone as you might think.

(encontrado no FB do João Pinto)

terça-feira, 20 de abril de 2010

acerca da bucket list

quase que dava para riscar uma ou duas das minhas actividades "must do before i die"...
a visita a Paris i o ver um vulcão em erupção de perto... uma teve a ver com a outra, mas nenhuma conta a sério.. a verdade é que foi uma Aventura (com A grande) mas nem consegui ver o vulcão mais perto que na televisão (apesar de me ter estragado a vida por dois dias), nem consegui ver Paris (apesar de ter passado por alguns dos sítios emblemáticos..)
enfim... ainda estou a ressacar de uma semana absolutamente brutal, que culminou com um fim de semana não tão brutal, i agora a preparar-me para uma semana de trabalho que está a quilómetros de ser remotamente brutal..
como diz o outro.. boh..!

sábado, 10 de abril de 2010

MEU 2010

começou.

estou empolgada e ao mesmo tempo, aterrorizada. vamos lá ver como vai correr!
(btw, Estrasburgo é uma cidade muito muito bonita!)

segunda-feira, 5 de abril de 2010

gelo

Desde a última vez aqui, passou quase um mês.
Desde a última vez, ainda em Madrid, passaram-se cinco meses. (cinco!)
Desde a última vez que vi, passou uma vida inteira.

o abraço indiferente de um vento que já não é o mesmo, de um frio que não é frio, mas virou gelo.

olho em volta e pergunto-me: afinal o que se passou?
Já não pertenço aqui em baixo. Nunca pertenci lá em cima. Sinto-me uma estranha em casa. Lá fora era só mais uma. Olho para os meus milhares de projectos e não consigo deixar de rir. Quanto deles sou eu e quanto não é só uma idealização ridícula de quem eu gostava de ser?

Uma chuva que não existia antes, numa cidade que não é minha.
Uma chuva que não pára, na outra que nunca foi realmente.
Uma chuva... no meio de um dia ensolarado, naquela que foi efectivamente minha, por pouco mais de uma vida.

afinal.. o que se passou?
não sei. só sei que este é um sol que não aquece. deste frio que não é frio, mas virou gelo.